Fazer o que é Certo ou Fazer o que é Rápido?

Fabio do céu, estou desesperado! Já estou com a passagem comprada pra Italia, mas meus documentos ainda não estão prontos.

Nesse caso, é muito mais fácil pra mim seguir viagem, mesmo que os documentos não estejam prontos, do que corrigir tudo, pois não vai dar tempo.

O que você acha disso? Como permanecer legalmente na Italia e fazer tudo que é necessário, sem os documentos todos em mãos?

Como você responderia a uma mensagem destas?

Eu sei que você pode estar pensando que trata-se apenas de uma situação hipotética, mas infelizmente não é…

Recebo mensagens assim com uma frequência maior do que eu gostaria e, normalmente, as minhas respostas não são aquelas que o autor da mensagem estava esperando receber.

Voltando ao caso acima – baseada em fatos reais – a minha resposta foi:

– Cancele a sua viagem, aguarde os seus documentos ficarem prontos e só depois disso é que você deve pensar na compra da sua passagem pra cá.

Por estas e outras histórias, resolvi vir aqui não apenas compartilhar estas situações, mas também prosear com vocês um pouco mais sobre algo que eu tenho visto acontecer muito que é:

FAZER O QUE É CERTO OU FAZER O QUE É RÁPIDO (OU CÔMODO)

FAZER O QUE É CERTO OU FAZER O QUE É RÁPIDO

Ainda usando o exemplo do início deste artigo, vejamos a situação por ambos os pontos de vista.

No caso, sabendo que os documentos estão incorretos, é necessário é entrar com o pedido de retificação – procurando fazer administrativamente direto nos cartórios, ou então via judicial como eu explico neste artigo.

Mas isso leva tempo.

E algumas pessoas não querem perder tempo, que é tempo que elas gostam de usar.

Elas preferem “se antecipar”, “ganhar tempo” ou então “agilizar as coisas”, o que quer que signifique isso…

Por outro lado, se ela escolher fazer o que é certo, vai fazer com que essa pessoa perca o tal tempo estando ainda no Brasil, gastando em reais e no conforto do seu lar.

Coisa muito melhor do que vir pra Italia, ter o processo negado e aí sim perder muito mais tempo e dinheiro por causa de uma escolha destas.

Quando a pessoa pensa que é uma boa ideia fazer o que é mais rápido do que é o correto (já que vir com tudo errado é mais rápido do que corrigir!), ela deixar de contar com a própria capacidade de lidar com imprevistos ou problemas.

E passa então a contar com a boa vontade de um funcionário público na aceitação do seu processo.

Vou repetir, pois ao ler novamente a frase acima, qualquer pessoa com os neurônios no lugar já entende a gravidade disso:

“e passa a contar com a boa vontade de um funcionário público.”

Vejam só que coisa absurda de ser feita…

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS…

Em 2007, eu escrevi o artigo “Mudando Meu Processo Para a Toscana” e lá eu falo que a vida é feita de escolhas…

Não importa quais sejam estas escolhas, nós teremos que lidar com as consequências delas.

Eu estou nesse mundo da cidadania tempo suficiente para conseguir predizer se algo vai ou não dar errado.

E há anos decidi que o meu papel nesse mundo não é dizer o que as pessoas querem, mas sim o que elas precisam.

Eu entendo que muitos sequer tem noção dos problemas que podem acontecer.

CUIDADO COM A GALERA DO “NÃO DÁ NADA…”

Ainda mais se estas pessoas estão nos diversos grupos e fóruns sobre cidadania italiana, dando ouvidos à famosa galera do “não dá nada…

Aqueles que eu chamo de palpiteiros digitais, que passam grande parte do próprio tempo dando palpites na vida dos outros.

E pasmem os senhores: a maioria destes palpiteiros sequer tem a cidadania reconhecida, ou nunca vieram para a Italia realizar o seu processo.

O conhecimento que eles tem é baseado na leitura de outros relatos ou depoimentos para então replicar estas histórias, com ar de grandes entendedores do assunto!

Só não entendem que muitas destas histórias contadas nas redes sociais – e que eles se baseiam para aprender e depois disseminar – não são verdadeiras.

Ou completas.

Um dos exemplos mais comuns disso é quando alguém vem dizer que passou por problemas em um comune, com um funcionário incompetente, dizendo que o comune é ruim e tal.

Aí você descobre, por exemplo, que na verdade a pessoa estava com os documentos incompletos ou incorretos.

Ou que faltavam documentos para comprovação de que estava regular no país ou no imóvel.

Entre tantas outras coisas que a pessoa normalmente escolhe não compartilhar publicamente ou integralmente.

Escolhe apenas dizer que a “culpa” de não ter dado certo foi do oficial, do vigile, do anagrafe, do cachorro, etc.

Não dela.

E o mais louco disso é parar para pensar o seguinte:

– Quem essa pessoa acha que está enganando?

Já pararam pra pensar que ela é a única pessoa que está sendo enganada / prejudicada por não ter feito o que deveria ter sido feito?

E pior: pode fazer com que tanto os palpiteiros, quanto os incautos, caiam na besteira de acreditar na tal história, se deixando levar por situações que elas não deveriam sequer ouvir e/ou considerar.

CONCLUSÃO

Mas voltando ao assunto deste artigo, eu não quero que você seja uma destas pessoas!

Não venha pra cá sem saber a diferença entre fazer o que é certo ou fazer o que é rápido, pois a chance das coisas darem errado são enormes.

Olha a quantidade de materiais gratuitos que eu produzi ao longo destes anos todos para te ajudar a se planejar e se organizar.

Nunca vou cansar de repetir que ter planejamento e organização vai valer mais de 50% do êxito do seu processo de reconhecimento.

Lembre-se: o nosso processo de reconhecimento é feito apenas uma vez na vida, por isso tem que ser uma das melhores experiências do mundo!

Pense nisso, tenha 100% de controle do seu processo nas mãos e jamais deixe que ele seja conduzido através da boa vontade de outras pessoas, ok?

Um grande abraço e até o próximo artigo

2 Comentários


  1. Na politica não existe esquerda e direita, apenas certo e errado…

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  2. Boa noite Fábio! Atrasei minha vontade de estar na Itália nesse primeiro semestre, justamente porque meus documentos não ficaram prontos, e nem tanto por causa de meu antenato, mas sim por causa do nome de sua esposa que aparecia em algumas certidões cada vez com um nome diferente. Pelo sim, pelo não, entendendo que ir para a Itália tem um custo, dar entrada no processo em um comune que já tinha aceitado analisar e realizar o reconhecimento, estaria gastando “cartucho” se o oficial dissesse que os documentos estão uma “bagunça” e que teria que voltar e refazer. Retifiquei também o nome da minha nona, que era espanhola, solicitando a certidão de nascimento dela na sua cidade de nascimento na Espanha (demorou quase dois meses) e com isso atrasou. Agora só no 2º semestre de 2023, com a Graça de Deus.
    Obrigado Fábio pelas instruções, posso ter feito um “preciosismo”, mas não posso arriscar.
    Abraços a todos.
    Tadeu Calvoso Paulon

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