Aprenda a dizer não na Italia
Confesso que pensei em usar no título deste artigo “Um vizinho intrometido“, mas por fim percebi que faria mais sentido usar “Aprenda a dizer não na Italia“.
Assim consigo trazer um ensinamento mais profundo do que apenas me lamentar sobre o meu vizinho intrometido 🤣.
IMPORTANTE: o objetivo deste artigo não é te ensinar a dizer a palavra não na língua italiana.
Isso provavelmente você já sabe, né?
A ideia aqui é aprender a negar determinados eventos, pessoas e coisas que podem te colocar em situações complicadas.
E acredite: esse texto pode ser um daqueles que vai te ajudar um bocado no que diz respeito a sua vida por aqui, então preste muita atenção e não deixe de me agradecer no futuro, quando conseguir evitar os aborrecimentos por causa deste artigo 😉.
APRENDER A DIZER NÃO NA ITALIA VAI TE EVITAR MUITAS ENRASCADAS
Leia a frase abaixo:
Traduzindo:
Uma vez um sábio disse:
APRENDA a dizer NÃO sem se sentir em culpa. Querer agradar todo mundo cria um enorme desconforto
E o que isso significa e é tão importante para que eu tenha tido a vontade de correr aqui para escrever um artigo?
Ontem aconteceu uma coisa aqui em casa, que eu tive que falar um sonoro NÃO para evitar o início de um baita problema.
Allora, “comecemos pelo começo”.
O VIZINHO DA FRENTE…
Na casa em que moramos atualmente, temos um vizinho cujo apartamento fica na frente do nosso.
Literalmente uma porta na frente da outra.
Então não demorou muito desde o dia que chegamos para que o conhecêssemos.
É um jovem senhor de meia idade, simpático e muito, mas muito “conversador“.
Já esteve no Brasil sei lá quantas vezes, adora contar histórias de quando esteve por lá.
Até aí, tudo bem.
Aliás, muitos de vocês que estão lendo podem até estar pensando:
– Mammamia, meu sonho é ir morar na Italia e ter um vizinho assim, que quer conversar comigo o tempo todo. Eu aprenderia italiano super rápido…
Bom, isso até pode ser verdade.
Ter um vizinho italiano super-hiper-mega-power conversador realmente vai te ajudar a melhorar o conhecimento na língua italiana.
Mas a que preço?
Voltando a nossa história…
Logo que chegamos, estranhei algumas perguntas que ele nos fez, tipo De onde vocês vem? Trabalham com quê? Pretendem ficar aqui quanto tempo?“, e tantas outras perguntas cuja vontade era apenas de responder:
– Ma perché non fai i cazzi tuoi?
(alerta de palavrão acima, não me responsabilizo se você sair por aí repetindo essa frase sem saber o que está falando rs)
Mas, como dona Janete me deu educação, fui tergiversando aqui e ali, sempre diplomático e evitando ser antipático.
Afinal de contas, estávamos apenas chegando pelas bandas de cá…
Nesse momento, preciso abrir um pop-up nessa história para falar de outra, calma que tudo vai fazer sentido, segura aí…
UMA HISTÓRIA ANTIGA, QUANDO EU AINDA NÃO SABIA DIZER NÃO NA ITALIA
Nos idos de 2009, eu tinha acabado de conhecer aquela que eu chamaria, mais pra frente, de “minha mamma italiana”.
Se você me segue há bastante tempo, vai se lembrar dela: a mãe do Alessio.
Me lembro do dia que, conversando com o meu antigo sócio sobre a felicidade em que eu me encontrava por ter sido adotado por uma mamma italiana, ele solta:
– Ma sei sicuro di voler avere una mamma italiana?
Eu respondi:
– Mas é claro! Quem não quer chegar aqui na Italia e ter uma mamma italiana?
Ele:
– Fabio, Fabio. Você não tem ideia de onde está se metendo… Ou melhor, você não tem ideia do quanto ela vai SE METER na sua vida…
Pois bem, deveria ter ouvido esse meu amigo…
E foi a partir daquele momento que eu percebi que tinha que aprender a dizer não a muitas situações escalafobéticas.
Quer um exemplo?
Uma vez caí na besteira de perguntar a ela se conhecia algum proprietário que tivesse um imóvel em um comune próximo de onde morávamos, pois eu tinha conversado com o ufficiale di stato civile e só faltava um imóvel para começar a trabalhar lá.
Ela me indicou um rapaz que tinha um imóvel e inclusive se ofereceu para ir junto comigo visitar o apartamento.
Mammamia, que porcaria.
Ou como dizemos em italiano: un schifo!
Jamais colocaria meus clientes em um imóvel daqueles.
Obviamente que eu não falei isso ao proprietário. Disse que eu estava vendo outro apartamento que estava também disponível (o que era verdade!) e ficaria de dar a resposta, caso fosse positiva.
Enquanto voltávamos lá do tal comune, falei pra ela que eu não alugaria aquele imóvel, pelos motivos descritos acima.
Gente do céu!
Essa mulher começou a esbravejar, dizendo que se eu não alugasse, ela não saberia onde enfiaria a cara de tanta vergonha…
Me lembro só de responder:
– Oxi! Desde quando eu sou obrigado a alugar uma casa só porque eu a visitei?
Resultado: longas semanas sem falar comigo, e ainda falando pra todo mundo que eu a tinha feito passar por uma vergonha jamais vista pelas bandas de cá.
Outra situação (vai vendo…)
Lembram do casamento do Alessio? Aquele em que eu fui padrinho?
Então, o que eu nunca contei pra vocês, é que ela foi absolutamente contrária ao casamento dele com a Valentina.
Durante a cerimomia na igreja, o padre leu lá tudo que tinha pra ler e, no final, me solta isso:
– De acordo com os noivos, residentes neste comune de xxxx, que se casam hoje em comunhão total de bens, conforme a publicação do matrimonio feita em xx.xx.xxx, eu os declaro marido e mulher.
Pó pará!
Também não sei porque cargas d’água o padre meteu no meio da cerimonia a tal comunhão, então nem adianta me perguntar rs
Agora pensa nessa linda e fofa mamma italiana…
SOLTANDO FOGO PELAS VENTAS…
Sobrou pra quem?
Pro Alessio? Claro que não, ele estava lá tirando fotos…
Pra Valentina? Também não, ela estava com o Alessio tirando fotos…
Quem tinha sido o escolhido para levar a querida mamma italiana até o local da festa do casamento, distante cerca de longos vinte minutos de carro?
Pois é.
Desgraça pouca é bobagem…
A primeira coisa que ele me solta:
– Como, senhor Fabio, o senhor não me falou que aquele b**ardo filho de uma p**ta (eita!) tinha escolhido se casar com aquela tr**ia bast**rda di mer**a em comunhão total de bens?
– COMO SENHOR FABIO? COMOOOOOOOOOOOO NÃO ME FALASTES??????
Minha singela resposta:
– Mas como cazzo eu saberia qual o tipo de contrato seu filho ia fazer com a própria esposa? E convenhamos, mesmo que eu soubesse, porque cargas d’água eu diria a você ou a qualquer outra pessoa? Sono cazzi loro!
Mas eu sou SUA MAMMA! Não é assim que você sempre me chamou??? Que filho é esse que apunhala a sua mãe pelas costas, sabendo que o irmão está colocando em risco tudo que construímos durante a nossa vida…
Duas coisas interessantes desse “Casos de Família Mexicana”:
1 – A mamma nunca construiu nada. Foi o finado marido que trabalhou e deixou tudo que a família tem. Sem contar que a família da Valentina tem muito, mas muuuuito mais dinheiro que a família do Alessio (então tecnicamente que sairia perdendo seria a Vale).
2 – Aquela foi a última vez que eu a chamei de mamma aqui na Italia.
Entenderam como é fácil se enfiar em uma história / novela mexicana, pelo simples motivo de, lá atrás, quando eu os conheci, não ter deixado claro os limites?
Acho que sim, né?
VOLTANDO PARA OS DIAS ATUAIS…
Há alguns meses, estávamos saindo para ir ao supermercado quando magicamente a porta do vizinho se abre e ele nos chama para entrar, meio esbaforido.
– Bimbi venham aqui, preciso dar uma coisa pra vocês!
O que duas pessoas sensatas, que acabaram de encontrar um véio na frente da sua porta faz?
Exatamente isso que vocês estão pensando: NADA!
Do jeito que estávamos, ficamos.
Ambos de pé, ali na frente da porta do véio, se entreolhando e pensando che cazzo sta succedendo?
Ele reaparece na porta, olha para os dois mongos parados e grita novamente:
Venham! Quero dar uma coisa pra vocês!
Só que dessa vez nos pega pela mão (eu juro que isso aconteceu…)
Nos leva até a cozinha, onde tinham três pratos já servidos com um pedaço de bolo.
E pergunta: o que vocês querem pra beber?
Gente, eu sei que lendo assim parece algo super fofo…
Agora pensa comigo: uma pessoa que você não conhece, te pega pela mão e te leva pra dentro da casa dela, do nada…
Se você assistiu Stranger Things vai entender o que eu estou falando…
Se leu a história da Branca de Neve também…
A gente meio sem saber se comportar, totalmente sem jeito, com o véio ali perguntando se a gente gostava de bolo…
Ok, nenhum corpo esquartejado e nenhum órgão retirado.
Só o susto e a bizarrice daquela situação.
Comemos o pedaço de bolo, falamos sobre algumas bobagens da vida, agradecemos e, educadamente, dissemos que estávamos com pressa porque o mercado iria fechar nos próximos minutos e realmente precisávamos ir.
Ele se desculpou, disse que adorou a visita (oi?) e lá fomos nós ao supermercado atordoados com tudo aquilo que tinha acabado de acontecer.
Bimbi, eu cheguei aqui em 2007 e nunca tinha visto ou vivido algo assim.
O tempo passou, alguns encontros esporádicos aqui e ali, conversas sobre o tempo e nada mais.
Até que, semana passada aconteceu algo muito parecido com a situação anterior.
Toca a minha campainha, abro, e lá está a sua porta aberta…
Ouço uma voz que vem de lá de dentro:
– Aspetta Fabio, tenho que te dar uma coisa!
E ploct na minha mão:
Olha eu de novo, em uma situação completamente estranha.
Só que dessa vez com metade de uma melancia gigante nas mãos…
O método usado foi o mesmo que ele usou anteriormente: susto e comida!
Eu não sei vocês, mas eu teria formas mais “normais” de tentar fazer amizade com os meus vizinhos do que assustá-los e alimentá-los.
Depois disso, eu e a Fran tivemos uma conversa e decidimos que, caso houvesse uma próxima vez, a gente iria ter uma conversa com ele.
Até porque imaginamos que ele deveria estar esperando algum tipo de reciprocidade.
E como eu disse: eu não iria partir pro susto + comida para alimentar esse ciclo doido rs
ACONTECEU DE NOVO…
Ontem (domingo), cá estava eu morto de cansaço depois de participar do evento de marketing lá em Rimini (muitas coisas para contar pra vocês), quando eu acordo, ligo a luz do quarto, pego o meu telefone e vejo uma chamada perdida dele…
Antes mesmo de ligar de volta, toca minha campainha…
Quase oito da noite…
Domingo…
Cerca de trinta e dois graus…
E minha esposa trabalhando…
Enquanto eu decidia se ia atender ou me fingir de morto, toca novamente…
Abro a minha porta e a cena se repete.
A dele escancarada e nem sinal do dito cujo.
De repente, ele aparece da cozinha com um bolo de chocolate nas mãos.
– Ciaooooo, toma esse bolo que eu fiz!
Ao mesmo tempo que estendia a mão com o bolo, falou:
– Inclusive eu te liguei mais cedo para avisar, mas você não me respondeu…
Naquele momento, reuní as poucas forças que eu ainda tinha e coloquei as duas mãos na frente dele e do seu bolo, dizendo:
– Fulano, ti ringrazio per la torta! Ma non la voglio, perché sono in dieta (o que é verdade!)
Claramente ele percebeu que tinha passado de todos os limites e pediu mil desculpas pelo inconveniente.
Fechei a porta e a primeira coisa que eu pensei: preciso compartilhar essa loucura com os meus queridos leitores lá no blog
APRENDER A DIZER NÃO NA ITALIA, QUAL A LIÇÃO?
Claro que a lição que eu quero passar pra vocês é muito maior do que se preparar para evitar um vizinho que se intromete na sua vida e, ao ver que você acendeu a luz da casa, corre para bater na sua porta.
Embora o que eu fiz, foi para evitar que estas situações escalem e cheguem em um nível de ser cobrado porque eu não compartilhei a escolha da comunhão de bens de alguém.
Percebem o quão importante é isso?
Se eu não coloco limites, e deixo claro que isso está me incomodando, qual seria a próxima parada?
Bater na porta com duas garrafas de cerveja e querer assistir televisão entre eu e a minha esposa?
É muito importante dizer que eu não sou amigo deste vizinho. Eu nunca o convidei para vir na minha casa e nunca demos qualquer tipo de confiança.
Simplesmente é uma pessoa carente e que aparentemente quer companhia.
Mas a pergunta é: eu quero a companhia dele? É assim que eu quero iniciar uma relação de amizade? Com alguém se intrometendo desta forma na minha vida, sem sequer me perguntar se eu gosto ou quero o que ele está me oferecendo?
Eu quero que vocês entendam que é muito fácil pra gente cair nessa armadilha!
A gente vem do Brasil e deixa família e amigos por lá. Então é natural querermos conquistar novos amigos, conhecer novas pessoas.
Mas peraí: agora nós temos opção!
No Brasil, muitos dos amigos e conhecidos não foram bem escolhas que fizemos, né?
Foram acontecendo!
Colegas de trabalho, “amigos” de infância, amigos de amigos ou parceiros e assim por diante.
Agora é diferente.
Nós podemos escolher as pessoas com as quais queremos nos relacionar.
E essa escolha não precisa ser por pressão, o ideal é escolher por opção.
Pessoas que vibrem na mesma frequência que a gente; que tenham os mesmos princípios e que compartilhem das mesmas coisas que nós.
E o mais importante, meus queridos, é que sejam pessoas que vão nos acrescentar algo de positivo!
Que vão nos ajudar a evoluir, a crescer.
E isso só vai acontecer, sabe como?
Aprendendo a dizer não na Itália, no Brasil, na Austrália e em qualquer outro lugar do mundo…
Só assim vamos conseguir evitar o desconforto por querer agradar as outras pessoas.
Isso faz sentido pra você?
Fábio, me identifiquei DEMAIS com a história e preciso compartilhar: mal tinha chegado na Puglia, meu amigo (brasileiro) que mora aqui há 5 anos me apresentou pra várias pessoas conhecidas. Até aqui tudo bem.
Um adendo: sou MULHER e, sim, os caras não nos deixam em paz!
Bem, um senhor muito simpático se ofereceu pra me ajudar e levar pra pontos turísticos próximos. Mas eu TRABALHO e esse senhor ficava LIGANDO em dias de semana… totalmente invasivo…
Até o dia que eu estava andando pela rua, com pressa, e ele ligou de novo. Não atendi.
Ele mandou mensagem no mesmo segundo, perguntando porquê eu não tinha atendido.
Quando pensei em responder que estava ocupada… eis que ele PARA O CARRO NA MINHA FRENTE ME COBRANDO DE PORQUE NÃO TER ATENDIDO E NEM RESPONDIDO!
Eu estava justamente escrevendo pra ele…
Pois bem, depois dessa, até o encontrei no mercado, mas preferi voltar pra casa carregando sacolas pesadas a pedir uma carona (na outra vez que tinha aceitado a carona no mercado, ele disse que “TINHA APROVADO QUASE TUDO O QUE EU TINHA COMPRADO”!)
Ótimas historias e dicas! Valeu!
Hahahahahaha mammamia Tem que aprender a dizer não urgente 😂😂😂
Esses cortejos são perigosos. Mas mostra o quanto são possessivos….
Muito legal!!! Realmente são situações estranhas como essa que aparecem na nossa frente…rs. Mas vcs se saíram perfeitamente bem!
Só não entendi muito bem pq o coroa lá é “super hip…conservador”…O que tem à ver com a estória?
Abraço
Leia de novo a frase. Nunca escrevi conservador 🤓
Hahahaha! Confesso que também li “conservador”.
Você mora no sul da Itália, né? Haha
Eu só conheço 1 família que mora no meu prédio, e só porque eles são os donos do meu apartamento haha
Não tenho nem ideia da cara dos outros vizinhos
Não, moro na Toscana 🙂 E você?
Moro no Trentino! Dei sorte então 😂
Rindo muito com suas histórias, elas dão um livro! kkk
Que situação! Vou me lembrar disso quando for embora, pois sou boazinha demais, isso seria um prato cheio! rsrs
Parabéns pelo blog!!!
🙂 🙂 🙂
Oi Fábio tudo bem? Fazia tempo que não comentava mas achei muito bom você tocar neste assunto! Muitas pessoas chegam na Itália sozinhas, deixam a família no Brasil e se sentem carentes, de cair numa dessas é o pior que pode acontecer. Eu mesma caí nessa na minha primeira vez na Europa (inclusive foi quando te achei na internet em 2006 rsrs) eu ia acessar o computador na biblioteca do bairro onde vivia em Barcelona, e um senhor veio falar comigo e comecei a conversar com ele, e não tive mais sossego na biblioteca! Passado os meses, tive que dar um sumiço e começar a frequentar outra biblioteca por conta disso. Abraço de Floripa!
Ciao Cris, e pensar que no início achamos até fofo, né?
Pensando como empreendedor, já dá um bom pastelão ítalo brasileiro. Se produzido em língua italiana com legendas em português Br. É claro q nem toda Itália é assim, mas mostra a carência dos anciãos. Na terra do meu antenato o povo é o contrário, sendo interpretado como cativo, mas há apenas 10km dali, passando para o Veneto a comunidade muda, já são mais latinos. Kkkkkk
Hahahahahahahahaha adorei
Não passei por isso, mas é um grande aprendizado ne.
Concordo com seu posicionamento, até porque amizade não se compra se conquista.
Adorei Fábio, estou indo em breve para a Itália e vou me lembrar de tudo que disse. Quero amigos lá mas quero poder escolher. Um abraco
Outro abraço Rosely 🙂
Daqui um tempo chego aí, imagino a cena, alguém me chamando pra entrar na casa, quando chego na cozinha, uma bela polenta, o problema é que não gosto nem um pouco de polenta.
Hahahahahahahahahahaha
Eu cheguei ha uma semana e o dono do ap que eu estou morando começou a ser inconveniente também, primeiro veio trazer coisas para melhorar o app, que eu não pedi, mas aceitei pois fariam falta, depois começou a convidar para almoçar, pois ele cozinharia uma comida italiana de verdade, eu declinei e disse que se eu fosse eu avisaria, o que não fiz. Começou a aparecer do nada na porta para instalar isso e aquilo, como eram melhorias permiti, mas aí se parava para conversar e não ia mais embora. Outro dia apareceu dizendo que eu o acompanhasse para pegar um liquidificador, pensei que era perto, ele me levou para uma cidade vizinha para comprar um novo e o que mais eu precisasse. Na volta ele fez menção a ir até a casa dele e perguntou se eu gostava de vinho, eu agradeci e disse que queria voltar para casa. Infelizmente eu havia trocado telefone e ele afinal achei que seria útil o telefone direto do senhorio e ele me ligou num dia as 22h da noite. Eu não atendi. Creio que agora ele tenha entendido que não estou interessada em andar com ele para cima e para baixo. Um senhor de 80 anos, que inicialmente achei que era um bom velhinho, mas depois que disse que eu não o chamasse de senhor, percebi que ele não tinha bom senso. Dizer não será o padrão daqui para frente.
Ciao Patrícia, obrigado por compartilhar a sua história conosco também 🙂