Giorno della Memoria
Escrevi este artigo sobre o giorno della memoria há alguns anos e quis reproduzi-lo novamente, pois acredito que seja importantíssimo recordar o que o alguns foram capazes de fazer, pois assim podemos tentar evitar que tudo aconteça novamente…
Como todas as manhãs, após ler os jornais e revistas italianos, aproveito também para entrar em alguns sites e portais brasileiros para saber o que está acontecendo em nosso país.
Hoje é um dia especial, pois é a GIORNATA DELLA MEMORIA.
O que isso significa?
Que no dia 27 de janeiro de cada ano, as pessoas celebram um enorme acontecimento que mudou os rumos da humanidade: o dia em que os portões do lager nazista de Auschwitz foram ao chão e os sobreviventes daquela insanidade foram libertados.
Instituído em 2005 pelas Nações Unidas, o dia 27 de janeiro foi o dia escolhido para recordar a liberação do campo de concentração pelas tropas soviéticas, quando então o mundo tomou conhecimento dos horrores do nazismo.
Em 2013 eu estive pela primeira vez na Alemanha passando o natal e, aproveitando que estava em Munique, fui conhecer o campo de concentração de Dachau que fica a poucos quilômetros de lá.
Uma curiosidade interessante é que Dachau foi o primeiro campo a ser construído pelos nazistas, servindo posteriormente de modelo para a construção de outros, como aquele de Auschwitz.
O motivo de escrever este artigo, além de contar a vocês sobre o quanto é importante o dia de hoje para que jamais nos esqueçamos de tudo que aconteceu, é também para compartilhar a minha surpresa (pra usar um eufemismo) com os grandes portais brasileiros que omitiram completamente a notícia.
Hoje pela manhã era possível encontrar no UOL notícias sobre a formação do paredão do BBB, sobre o último capítulo da novela e outras notícias irrelevantes para a nossa vida…
Sinceramente acredito que uma matéria contando os horrores da guerra e discutindo como o homem chegou onde chegou é muito, mas muito mais importante e educativa do que saber que o time do Fluminense demitiu o seu técnico ou que o ex-marido da Gisele Bundchen vendeu a sua mansão nos EUA.
A Globo.com até agora sequer uma linha sobre o assunto – ou pode ser eu que não estou enxergando bem, mas isso já era de esperar quando o grande programa da família brasileira Big Brother Brasil está no ar.
Enfim, este artigo é mais um desabafo de alguém que esteve dentro de um campo de concentração, viu de perto o quão perigoso alguém pode ser defendendo uma idéia também perigosa e acredita que recordar é evitar que aconteça novamente…
Encontrei a foto abaixo na internet e me emocionei, ali diz “Da memória renasce o amanhã“
Se você quiser ver algumas fotos que fiz do Campo de Concentração lá em Dachau basta clicar aqui.
Veja uma das notícias deste ano:
MINHA LIGAÇÃO COM O HOLOCAUSTO
Quando eu escrevi este artigo pela primeira vez, jamais imaginei que anos mais tarde, eu estaria casado com a minha linda esposa Franciane e conheceria mais de perto ainda os horrores do que foi o holocausto.
Um dos sobrenomes dela é Reichler, que vem do seu bisnonno Majer-Lewi, um judeu alemão que foi morto no campo de extermínio de Treblinka, na Polônia.
Uma das coisas mais tristes que eu já fiz, foi ler isso aqui:
Trata-se da informação sobre a morte do bisnonno da Fran, que consta no site holocaust.cz
Ali podemos ver que ele foi transportado no dia 07 de agosto de 1942 de Berlin para a cidade de Terezín (atual República Tcheca) e, em 23 de setembro de 1942 de lá para Treblinka, campo conhecido como “a solução final”.
E, ali no final, separada do restante do texto, fria e solitária, está escrita a palavra “Assassinado”
E não foi apenas o bisnonno da linda que sofreu os horrores do holocausto.
O filho dele e seu avô paterno, Samuel Reichler, só não morreu também nas mãos dos covardes nazistas, pois conseguiu fugir de Berlin para o Brasil.
Desde que eu cheguei na Itália, percebi essa profunda e dolorosa ligação com essa tragédia.
É um tema que me toca de forma particular e que não consigo explicar.
No passado já indiquei um livro muito bom sobre este tema, e o faço novamente:
É o relato de Liliana Segre, atual Senatrice della Repubblica Italiana, sobrevivente de Auschwitz e que narra toda a perseguição que ela e a família sofreram, desde os primeiros indícios de intolerância que passaram em Milano, passando pela deportação ao campo e, finalmente, a sua liberação daquele inferno.
Clique na imagem para ver mais informações ou clique diretamente aqui.
CONCLUSÃO
Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras.
Por isso, ao invés de escrever um texto de conclusão para este artigo, como normalmente faço, deixo vocês com a imagem que eu fiz em Dachau e que traduz o sentimento de todos nós:
Ótimo post! Parabéns e muito bem lembrado – é um dia para meditarmos. Meditarmos também o quão vergonhosa é a imprensa brasileira.
BBB 15. O Gran Fratello tá em que nº ???
Buongiorno
Há tempos venho pesquisando os documentos de meu antenato italiano, mas como não poderia deixar de ser, esbarrei em muitas dificuldades que me desanimaram.
Mas no mês passado tive a felicidade de ir para Alemanha (minha primeira viagem internacional) e também conheci Dachau. Essa viagem e os artigos desse blog (que conheci há pouco tempo) me ajudaram a não perder as esperanças. Estou amando conhecer um pouco sobre a Itália, as dicas de pobre e os micos e as dificuldades do Fábio.
Arrivederci
Olá Claudia tudo bem? Perder a esperança? Jamais 😉